quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SEMELHANÇAS - ESPELHO

Porque vou eu para casa,
se lhe sei todos os cantos,
todos os quartos,todos os cheiros,
todos os segredos da calçada.

Se sei de todas as árvores do meu caminho;
se as estrelas,sempre as mesmas estrelas,me espreitam
como guardas nocturnos,assasinos,olheiros;
se sei tudo isto de cor,e até os latidos;
e até se as lareiras estão em brasa...
Porque vou eu para minha casa?
Porquê,se quem lá mora não é o que era?
O íman já não existe,
e o íman da atracção desfez-se

Aquilo que foi,transfigurou-se

Discursos,perguntas e respostas recalcadas,
insinuações em esgares deprimentes,
e o apelo é um calafrio de sedução ausente.
A minha casa,é vazia de espectância

Se tudo se tornou roliço,se não há feitiço.
Porque vou rumo á minha casa ?

1 comentário:

  1. “Os tempos mudaram, os tempos estão estranhos
    Estás de volta mas não és mais a mesma"

    Beijo com ternura

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